Na semana passada estava falando com uma amiga sobre o quanto, uma vez, bastava ser legal, fazer e entregar um trabalho excelente para se ter sucesso, reconhecimento e bons clientes {não necessariamente nessa ordem}.
Fomos sócias num negócio de fotografia social entre 2014 e 2018, quando ainda não existia essa loucura no Instagram e, obviamente, pra nossa felicidade, nem Tik Tok.
Nessa semana voltei pra minha cidade natal para cumprir uma agenda de ensaios de arquitetura e, coincidentemente, tive o mesmo papo com duas clientes diferentes, ambas também indignadas com como se dão as contratações, vendas e conexões profissionais hoje em dia.
Felizmente não sou só eu que estou revoltada com a inversão de valores no mundo dos negócios, onde conta mais a imagem que criamos de nós mesmos e do nosso trabalho do que o que realmente entregamos. Arrisco dizer que o que entregamos nem conta mais tanto.
Se assim continuar, provavelmente vou fracassar pro resto da minha carreira [risos] afinal, sou muito nova pra já estar com a vida ganha e muito velha pra gostar de Tik Tok.
''Será que SÓ ser boa não é mais suficiente?''
''Porque não funciona mais pra gente?''
''Vamos ter que entrar na vibe dos videozinhos?''
''Tenho a impressão de que quanto melhor o trabalho menos ele tem valor''
Essas foram algumas falas na conversa que tive com minha amiga…
''Uma vez compravam meu produto porque ''iam com a minha cara'' e porque meu produto era bom.''
''Eu não gosto de postar, de ficar aparecendo e mostrando a minha vida, mas hoje em dia é o que conta.''’
''Hoje contratam por status, não mais pelo trabalho entregue.''
Essas foram falas das minhas clientes…
Legitimando a pergunta:
É verdade que já não basta apenas {que audácia esse ''apenas''} ser legal e ter um bom trabalho?
Por favor, se você acha que basta, manifeste-se, mande um sinal de fumaça.
Minha teoria, que criei pura e simplesmente para o meu conforto e bem estar, é que:
O que é nosso dá jeito de nos encontrar
Ninguém tem que fazer algo que vai contra seus princípios para alcançar qualquer coisa
Prosperidade (vulgo ''dinheiro'') não tem a ver com postar ou não postar
Zuckerberg sucks
Karma is real
Nessa semana voltei a ler um livro que comecei no mês passado, mas só havia lido a introdução.
O livro se chama ''Quebrando o hábito de ser você mesmo'' e ele, basicamente, é um livro sobre física quântica, sobre como as ideias/desejos se materializam.
Foi o sol voltando a raiar, foi certeza de que a vida ainda funcionará para aqueles que não se entregaram às ilusões das redes sociais.
Rede social é uma ilusão
Sai dessa
E se tá fora, relaxa
Tem vida fora, sim
Fora é a vida
O que vemos na tela não é vida
O que vemos na tela não é arte
Afinal, a vida imita a arte que imita a vida
E assim por diante
Não me canso de bater na tecla: as empresas responsáveis pelo instagram e tik tok trabalham para que, cada vez mais, acreditemos que não existe outro meio de negócios a não ser através deles. Usam toda tecnologia e inteligência disponível no universo para nos encurralar, para a nossa vida ser pautada por eles. E cumprem a missão.
Porém, também não me canso de dizer, que esse rolê todo já começou a terminar.
Tem muita gente ligada nessa ilusão {ainda que esse ''muita'' não chegue nem perto das que não estão}.
As minorias sempre salvaram o mundo e nesse tema não vai ser diferente.
Se eu pudesse dar um conselho pra mim mesma quando bate essa bad de rede social X trabalho, seria:
Te concentra em fazer o teu trabalho bem feito, o melhor que puder. Em atender bem o teu cliente e ser gentil. Em estudar, se atualizar, renovar. Se conecta com os teus sonhos e com o motivo pelo qual tu faz o que faz. Esteja consciente do efeito que o teu trabalho causa no mundo. E depois: vai e PRODUZ.
Ps.: Se você der check nesses pontos, relaxa, não precisa postar videozinhos o tempo inteiro pra encher linguiça não, afinal, isso é ser CLT do Zuckerberg e do Shou Zi Chew só que teu salário é pago diariamente em ansiedade.
Me siga pra mais textos revoltados.
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